Dentro da comunidade do CrossFit, existe um tipo de treino que vai muito além da busca por performance, estética ou condicionamento físico.
São os Hero WODs — sigla para “c” (Treino do Dia), criados especialmente para homenagear militares, bombeiros, policiais e outros heróis que perderam suas vidas enquanto protegiam ou serviam ao próximo.
Estes treinos são verdadeiros tributos. São longos, extenuantes e desafiadores, criados para empurrar o praticante aos seus limites físicos e mentais.
Mas, ao contrário de um treino comum, cada repetição carrega um peso emocional: é suor derramado em nome de quem não está mais entre nós, mas cuja coragem e sacrifício continuam vivos através do esforço de cada atleta que realiza o WOD.
Navegue pelo artigo:
O Que São os Hero WODs?
Os Hero WODs surgiram nos Estados Unidos, onde o CrossFit nasceu. O primeiro treino do tipo foi criado em 2005, em homenagem ao tenente da Marinha Michael Murphy, morto em combate no Afeganistão durante a operação “Red Wings”. Desde então, centenas de outros Hero WODs foram desenvolvidos, com nomes de soldados, policiais, bombeiros e socorristas que se destacaram por seus atos heroicos.
Esses treinos são publicados oficialmente no site do CrossFit e também são recriados por box afiliados ao redor do mundo. Eles servem como uma forma de manter viva a memória desses homens e mulheres, promovendo não só a cultura da superação física, mas também o respeito àqueles que fizeram o maior dos sacrifícios.
O Exemplo Clássico: “Murph”
Entre todos os Hero WODs, o mais famoso é, sem dúvidas, o “Murph”. Este treino ganhou tanta popularidade que, anualmente, no Memorial Day nos Estados Unidos, milhares de atletas ao redor do mundo o realizam em forma de homenagem. E não se engane: ele é brutal.
O “Murph” é composto por:
- 1 milha (1,6 km) de corrida
- 100 Pull-ups (barras)
- 200 Push-ups (flexões de braço)
- 300 Air Squats (agachamentos com peso corporal)
- 1 milha de corrida novamente
- Tudo isso usando um colete com 10 kg (ou 20 lbs)
Sim, você leu certo. Essa sequência é feita sem pausas entre os blocos. E o mais interessante: a parte de barras, flexões e agachamentos pode ser dividida em rounds menores — por exemplo, 20 rounds de 5-10-15 — mas a corrida é inegociável: início e fim do treino.
Por que é tão especial? Porque esse era o treino favorito de Michael Murphy. Ele o chamava de “Body Armor” (armadura corporal), e o realizava regularmente com o colete tático. Após sua morte, o treino foi rebatizado para “Murph” e virou símbolo de resistência, honra e dedicação.
Por Que os Hero WODs São Tão Difíceis?
A principal característica dos Hero WODs é a intensidade. Eles são longos, com volume alto de repetições, uso de carga, resistência cardiovascular e pouca margem para “folga”. Mas o motivo dessa dificuldade não é apenas físico.
A proposta desses treinos é que eles sejam desconfortáveis. Que nos tirem do eixo. Que nos façam lutar contra a exaustão. A ideia é que, em cada momento de cansaço, o praticante se lembre de por quem está fazendo aquilo. Não se trata de vencer o tempo, e sim de honrar a memória de alguém que deu sua vida. E isso muda completamente o significado do esforço.
Há uma frase muito comum entre os praticantes:
“Se você acha que está difícil, lembre-se que ele(a) não voltou para casa.”
Isso é mais do que motivação. É perspectiva.
Outros Hero WODs Marcantes
Embora o “Murph” seja o mais popular, há muitos outros Hero WODs que merecem destaque. Aqui estão alguns exemplos:
“JT” — Em homenagem ao Sargento da Marinha Jefferson Donald Taylor
- 21-15-9 repetições de:
- Handstand Push-ups
- Ring Dips
- Push-ups
Um treino focado em resistência de ombros e braços, extremamente exigente, especialmente para quem não está acostumado com movimentos ginásticos.
“Daniel” — Em homenagem ao Sargento Daniel Crabtree
- 50 Pull-ups
- 400 metros de corrida
- 21 Thrusters (43 kg)
- 800 metros de corrida
- 21 Thrusters
- 400 metros de corrida
- 50 Pull-ups
Um misto de força e capacidade respiratória. Esse treino é daqueles que “colam na alma”.
“CHAD 1000X” — Em homenagem ao SEAL Chad Wilkinson
- 1000 box step-ups com um colete de 10 kg
Esse treino é feito para chamar atenção à saúde mental dos veteranos militares e ao alto índice de suicídio nesse grupo. Ele é usado como campanha de conscientização e arrecadação de fundos por diversas instituições.
Muito Mais Que Condicionamento Físico
Quando falamos sobre CrossFit e Hero WODs, não estamos apenas falando de performance, PRs ou recordes pessoais. Estamos falando de conexão. De um senso de comunidade. De ressignificação do movimento físico como uma linguagem de homenagem e respeito.
Muitos box afiliados realizam eventos especiais nos fins de semana para fazer Hero WODs em grupo. Nesses encontros, é comum ver silêncio antes do treino, palavras sobre a história do homenageado, e até momentos de emoção ao final da sessão. Porque o que se carrega ali não é apenas o peso físico — é o peso da história.
Precisa Ser Experiente Para Fazer Um Hero WOD?
Essa é uma dúvida comum, e a resposta é: não necessariamente. Hero WODs são escaláveis — ou seja, podem (e devem) ser adaptados ao nível de condicionamento de cada pessoa. O “Murph”, por exemplo, pode ser feito sem o colete, com repetições reduzidas ou com auxílio nos movimentos (como elásticos na barra, push-ups com joelhos no chão, etc.).
A beleza desses treinos é que todos podem participar. O importante é a intenção e a entrega. E, quem sabe, ao terminar seu primeiro Hero WOD, você sinta algo diferente: não apenas suor, mas honra.
O Heroísmo Também Mora no Cotidiano
É interessante refletir que, embora os Hero WODs homenageiem heróis específicos — geralmente militares e socorristas —, a ideia central é reconhecer o sacrifício em prol do outro. E, em tempos difíceis, podemos ampliar esse conceito.
Profissionais de saúde na linha de frente, professores, motoristas de ambulância, cuidadores de idosos… cada um à sua maneira também é herói. Talvez não tenham um WOD com seu nome, mas são dignos de cada aplauso — e, por que não, de um treino feito com o coração.
Considerações Finais
Os Hero WODs são mais que desafios atléticos. São pontes entre o mundo do fitness e o mundo da memória, entre a busca pessoal e a gratidão coletiva. Ao realizá-los, suamos por alguém que não pode mais estar ali. Honramos vidas que marcaram o mundo com coragem e serviço.
Da próxima vez que entrar no box e vir o nome de um Hero WOD no quadro, respire fundo. Pense na história por trás. E lembre-se: cada flexão, cada agachamento, cada gota de suor — tudo tem um propósito maior.
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